"Aproveite e tire de seu "armário" aquelas pessoas negativas,tóxicas

e sem entusiasmo que tentam te arrastar para o fundo

dos seus próprios poços de tristezas, ressentimentos, mágoas e sofrimento.

A insegurança dessas pessoas faz com que busquem outras para lhes fazer companhia,

e lá vai você com elas... junte-se a pessoas ENTUSIASMADAS

que o apoiem em seus sonhos, projetos pessoais e profissionais. "

Musicoterapia em Hospitais


A música invadiu consultórios, clínicas e hospitais e tem sido usada cada vez mais como recurso terapêutico para tratar inúmeras doenças - desde ansiedade e dores em geral até mal de Parkinson e câncer
POR WIVIAN MARANHÃO



GARANTIA DE PARTO TRANQÜILO

Na Maternidade São Luís (SP) a música está nas salas de parto, bem como no centro obstétrico. A coordenadora do setor, Fabiana Veras, conta que a equipe médica permite a utilização de mantras, músicas new age e cds específicos para bebês. Na hora do parto, no entanto, fica a critério dos pais utilizá-los ou não. Muitos deles acabam optando por músicas às quais o bebê foi exposto durante toda a gestação — uma prática incentivada pelo hospital nos cursos de pré-natal. “O bebê grava na memória esta informação e consegue reconhecer o estímulo no momento do nascimento. Isso vale até para uma cantiga que a mãe tenha cantado durante os noves meses de gestação. A resposta desses bebês ao reconhecerem a música é visível. Eles não choram ao sair do útero, ficam mais calmos e conseguem mais rapidamente criar e manter um ritmo na respiração”, revela Fabiana.

QUEBRANDO O SILÊNCIO HOSPITALAR

O projeto Música nos Hospitais é uma iniciativa da Associação Paulista de Medicina e estimulou hospitais da capital paulista a incorporarem a música em suas programações internas, a exemplo do Hospital Sírio-Libanês. Com duração de uma hora, as apresentações da Orquestra do Limiar, idealizada e regida pelo maestro Samir Rahme, vêm sendo realizadas desde 2003 em auditórios, pátios, recepções ou pronto-socorros de toda a cidade. Segundo Rahme, a música tem benefícios comprovados na recuperação dos pacientes, que, mais calmos e felizes, respondem melhor aos tratamentos. “A música é um calmante, pois leva um pouco de ordem interna para dentro do organismo, harmonizando a circulação, a tensão e a ansiedade”, enumera Samir Rhame, que também é clínico-geral e médico antroposófico.

UM ALÍVIO PARA O MEDO DA CIRURGIA

Entre os profissionais que trabalham em centro cirúrgicos, um dado é consenso. Quase a totalidade dos pacientes que vão passar por uma operação tem medo por conta de histórias de choque anafilático e notícias de morte que ganham repercussão e, muitas vezes, pelo fato de o paciente estar vivendo a experiência pela primeira vez. Para o oftalmologista Flávio Teixeira, que realiza cirurgias de catarata e transplante no Hospital de Base de Brasília, a música é um “instrumento” capaz de acalmar os pacientes e também o cirurgião. “Há dez anos utilizo a música em minha rotina de trabalho. Os pacientes se dizem mais relaxados, pelo fato do som promover a liberação de endorfinas. Eu, particularmente, também me sinto mais tranqüilo. Em uma sala de cirurgia, mesmo um profissional que domina toda a técnica e tenha larga experiência, sempre enfrenta uma situação de estresse. Neste caso, a música acalma e deixa o médico menos cansado, além de potencializar a concentração”, garante Flávio. A sensação de relaxamento ajuda o especialista a executar as incisões perfeitas para corrigir problemas em um órgão sensível como o olho. Antes do início de uma cirurgia, que no caso do transplante de córnea dura, em média, uma hora e meia, e de catarata, 45 minutos, o oftalmologista liga o aparelho de som para ouvir cds de compositores clássicos, a exemplo de Beethoven, Mozart e Vivaldi.

EFEITO ANALGÉSICO PARA CRIANÇAS

Estudos recentes de Thamine Hatem, pediatra da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), demonstram o efeito terapêutico da música em crianças em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Em um ensaio clínico foram avaliadas 84 crianças com faixa etária de 1 a 16 anos, nas primeiras 24 horas após a cirurgia, submetidas à sessão de 30 minutos de musicoterapia. A conclusão do trabalho mostrou a regularidade de sinais vitais nos pequenos pacientes, como freqüência cardíaca e respiratória, melhora do consumo de oxigênio, bem como uma redução na dor. “Meu trabalho só vem reafirmar estudos já existentes que demonstram que o uso da música como “um audioanalgésico”, em uma variedade de situações de dor aguda e crônica, tem efeito positivo. Foi demonstrado ainda que a música pode atuar eficazmente no tratamento de enxaquecas, hipertensão, doença coronariana e acidente vascular cerebral. Além disso não podemos deixar de citar outros benefícios como diminuição de ansiedade e maior relaxamento e redução no estresse do paciente”, explica a médica Thamine.



APOIO A QUEM TEM CÂNCER

Desde 2002, a musicoterapia é utilizada no departamento de Oncologia do Hospital Israelita Albert Eisntein (SP). De acordo com Cristiane Ferraz Prade, psicóloga e musicoterapeuta da instituição, a prática ajuda na resolução de conflitos emocionais e aceitação do câncer, na aderência ao tratamento, no alívio da dor e até no processo de fim de vida e elaboração do luto. As sessões acontecem no quarto do paciente ou na sala de musicoterapia. A duração da terapia varia de acordo com a necessidade de cada um. “A idéia é fazê-lo interagir musicalmente consigo mesmo e com sua família. As canções acabam falando de sentimentos e emoções que o paciente não verbaliza, deixando-o muito mais confortável e acolhido”, conta a especialista. A oncologista Nise Yamaguchi, presidente da Sociedade Paulista de Oncologia Clínica, é também criadora do projeto sarau lítero-musical, que mistura música e poesia. O evento acontece uma vez por mês na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, especialmente para portadores de câncer. A médica acredita que as músicas clássicas são capazes de melhorar o desempenho neuroendócrino imunológico, que é o eixo que faz a interface entre o cérebro, as glândulas, a produção de hormônios e a ativação do sistema imunológico.


MUSICOTERAPIA EM ALTA

O trabalho de musicoterapeutas, profissionais que aplicam a música com finalidades terapêuticas, tem se ampliado significativamente nos últimos anos, nas mais diferentes áreas. Segundo a União Brasileira das Associações de Musicoterapia, o país conta com 11 associações da categoria e mais de 1.500 profissionais com formação neste tipo de tratamento. Fora do Brasil, há também muitos trabalhos com musicoterapia na área da saúde. O hospital alemão Filder Klinik e o suíço Lukas Itawegnan klinik , por exemplo, usam sistematicamente a musicoterapia antroposófica para induzir um estado de recuperação nos pacientes. Eles utilizam instrumentos antigos como viola, violino, diapasão, harpa e lira para cuidar especialmente de crianças excepcionais e pacientes com câncer.

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