"Aproveite e tire de seu "armário" aquelas pessoas negativas,tóxicas

e sem entusiasmo que tentam te arrastar para o fundo

dos seus próprios poços de tristezas, ressentimentos, mágoas e sofrimento.

A insegurança dessas pessoas faz com que busquem outras para lhes fazer companhia,

e lá vai você com elas... junte-se a pessoas ENTUSIASMADAS

que o apoiem em seus sonhos, projetos pessoais e profissionais. "

Sir Gawain e o Cavaleiro Verde // O Filho de Morgana


Em determinado momento da lenda de Arthur, Sir Gawain fica tão popular que muitas histórias são creditadas a ele, uma espécie de alter ego do rei: afinal, com suas responsabilidades para com o povo e a nação, Arthur não poderia entregar-se a loucas aventuras, desprovido de precauções de retornar vivo para cuidar de seus afazeres. É nesse contexto quem entra Gawain, seu sobrinho, sangue de seu sangue e portanto, nada mais digno que deixar Excalibur sob seus cuidados. Pois, Excalibur é a essência do próprio conhecimento, a arma definitiva que bem empregada é a mais valorosa de todas as armas; presa na bainha, fora de uso, ela é igual a todas as outras. Assim, Gawain é abençoado com essa dádiva, levando-a em muitas aventuras, muitas delas estranhas e à princípio, sem propósito, como o conto descrito agora.

No dia do Ano Novo estava toda a corte do rei reunida em festa quando entra pelo salão (onde estão esses guardas que nunca impedem esses caras de entrar?) em cavaleiro trajando uma armadura verde, estatura gigantesca, montado num cavalo também verde, em sua mão uma acha (machado antigo). Desafiou a todos os presentes que o enfrentasse segundo suas próprias condições, ou haveria descrédito da Távola ao redor do reino, e porque não dizer, do mundo.

Até aí, nada que nenhum dos cavaleiros já não houvesse confrontado, em inúmeras aventuras; a deslealdade de seus oponentes era um teste constante de suas virtudes e crenças. Se algum deles falhasse em cumprir seu código, o descrédito seria total. Até mesmo nós somos levados a por nosso valores em contradição: o que acreditamos, realmente é a coisa certa a fazer, ou acreditar? Muitos que fracassam tem por obstáculo essa premissa, de não serem capazes de defender suas idéias, seja em inúmeros ou no primeiro confronto. O Cavaleiro Verde apresentou seus termos; alguém, assumindo a honra da corte deveria tomar de sua acha, e com um único golpe, decapitá-lo. A seguir, esse mesmo cavaleiro apresentaria-se no Ano Novo seguinte na Capela Verde e colocaria o próprio pescoço a prova. Quando terminou de proferir este desafio, fez um silêncio acompanhado de mal-estar, pois nenhum dos cavaleiros ousou aceitar seus termos. Arthur, irado por dentro, começou a levantar-se, quando foi impedido por intervenção de Sir Gawain, que se prontificou a aceitar o desafio. Apesar de haver uma situação "armada" para que Gawain seja o herói da história, vale ressaltar que ela é coberta de razão: quem acreditaria tanto em um ideal alheio a ponto de arriscar sua própria cabeça?

É necessário saber qual o limite que pode-se exigir de uma pessoa uma meta que não lhe seja pessoal.

Deste modo, Gawain tomou a arma das mãos do estranho cavaleiro que preparou-se para o derradeiro golpe. Com uma precisão digna de seus feitos, o cavaleiro de Arthur decepou a cabeça do desafiante com um só golpe; para surpresa geral, após um primeiro instante, o cavaleiro agarrou sua cabeça pelos cabelos soltos, montou em seu cavalo naturalmente, pousando a cabeça pingando sangue embaixo de um dos braços. Os lábios se abriram e lembraram a Sir Gawain para não faltar em seu compromisso no ano seguinte.

No ano seguinte, Gawain cavalgava em direção ao local combinado, mas qual foi sua surpresa ao indagar pela existência de tal capela e receber uma resposta negativa por onde quer que passasse. Ouvindo sua própria intuição, ele vagou por longos dias, passando frio e fome, entre outras privações. Antes do Natal, porém ele avistou um castelo no qual poderia abrigar-se para comemorar a data cristã. O dono do castelo, um homem de estatura gigantesca, mostrou-se muito solícito com ele, afirmando que a Capela Verde ficava apenas a pouco tempo dali, e poderia desfrutar de sua hospitalidade o quanto quisesse. Ora, em verdade Gawain experimentou mais que hospitalidade. Por diversas vezes, enquanto o senhor do castelo se ausentava em busca de caça, sua esposa vinha ao quarto de Gawain, tentando de todas as formas seduzi-lo. Gawain, seguindo seus códigos de cavaleiro, resistia com todas as suas forças; embora o desejo o atacasse, sua honra como cavaleiro seria perdida se cedesse.

Mas a senhora não desistia, e fez-lhe por fim aceitar um presente, para que seu amor-próprio, sua auto-estima em suas qualidades de mulher não ficassem para sempre abaladas com a atitude de Gawain, suplicando que este aceitasse um presente. Vacilante, sem exatamente o que fazer – pois não podia macular a sua honra, mas também não podia deixar de cumprir seu dever para com uma dama – aceitou, relutante, um cordão verde que prendeu à seu pulso. Em verdade, ela seduzira-o com a proposta que o cordão seria mágico, que nenhum dano seria infligido aquele que o usasse.

Gawain, prestes a colocar sua cabeça na morte certa, viu-se seduzido pela sobrevivência, ainda que uma mera tentativa. Sua vontade de viver falou mais lato, e sua mão involuntariamente fechou-se sobre o presente da senhora do castelo. De posse do misterioso amuleto, no dia combinado Gawain rumou para a Capela Verde. Lá, o misterioso cavaleiro o esperava, de arma em riste. Dizia-se satisfeito com Gawain, por cumprir com sua palavra. Deixou que o homem da Távola Redonda tomasse sua posição e preparado para desferir o golpe com tamanha força percebeu os ombros de Gawain encolherem-se antes do impacto; o suficiente para interromper o percurso da acha.

- É essa toda a coragem de um cavaleiro de Arthur? – desafiou – Encara teu destino com a honra que possuis!

Em verdade, embora Gawain tenha uma "ajuda" adicional, corre em sua mente a incerteza natural, que nos toca sempre, mesmo quando temos a certeza da vitória. Uma incerteza que às vezes chega a custar a própria vitória. Gawain voltou para o desafio, com mais determinação. Porém, quando a acha descia, o Cavaleiro Verde interrompeu-se mais uma vez, impressionado com a coragem do jovem.

- Muito bem – disse – É assim que gosto que sejas!

- Golpeie logo – bradou sem resposta Sir Gawain – Ou acreditarei que não ousas ferir-me.

Pela terceira vez, a acha subiu e começou a sua trajetória em direção ao pescoço de Gawain. Mas o cavaleiro errou o golpe, marcando o pescoço com um leve fio de sangue. Rapidamente, empunhou suas armas, mas ao fazê-lo, percebia que o estranho Cavaleiro Verde sorria em sua direção. Na verdade, este era o senhor do castelo, que havia enviado sua esposa para que o testasse, de forma a quebrar a hospitalidade oferecida. Por duas vezes Gawain triunfou, mas numa terceira, sucumbiu, não pela luxúria, mas pelo amor à vida. Exposto de tal forma, Gawain se culpou abertamente por não Ter tido a determinação necessária de manter seus ideais. Já iria retirando a faixa Que a senhora lhe dera, quando o Cavaleiro Verde o deteve: "Fique com ele, para lembrar-se daquele dia." Ao retornar à corte de Arthur, os outros deram pouca importância ao erro, maravilhado com o teor maior do desafio da estória e do heroísmo de Sir Gawain. A partir daquele dia, todos consentiram em usar também um cordão verde no pulso até o fim de seus dias.

O conto acaba, mas suas lições ficam. Em primeiro lugar, a realidade da história. Uma cabeça cortada, um corpo que anda sem a mesma e um desafio deveras absurdo. Assim tratamos nossos desafios no dia-a-dia assim que cada um deles se apresenta. Poucos são os corajosos – que assim como Gawain – resolvem ir de encontro ao desafio, sem mesmo saber como proceder. Saindo de seu território, marchando rumo ao desconhecido, preparamo-nos para o confronto, limpando a mente de outros afazeres, concentrando-nos unicamente na missão. E uma vez feito isso, a missão que parecia de todo absurda começa a fazer um estranho e familiar sentido.

Precisamos estar sempre abertos a enxergar a vida de forma diferente.

Todas as soluções estão sempre à mostra. Sir Arthur Conan Doyle fez isso inúmeras vezes com o seu personagem, Shelock Holmes. O detetive era mestre em respostas precisas, esmiuçando de tal forma a cena do crime que nos sentimos nus ao olhar para o mesmo fato e não enxergarmos rigorosamente nada de mais. Tentando encarar nossas dificuldades sob um prisma diferente, as respostas se multiplicam, dando-nos uma possibilidade melhor de escolha. Mas, tal qual a finalidade da espada, tenha muito cuidado para não perder a resposta, afogando-a num mar de opções. É preciso que nosso pensamento esteja sempre em uso, como uma espada que sai de uma bainha regularmente, para fazer o seu trabalho, nunca para se exibir.


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O FILHO DE MORGANA


Mordred (ou Gwidion) era o filho de Morgana e Arthur, nascido da Cerimônia do Gamo Rei. Mordred foi criado em segredo longe dos olhos de Arthur por Morgause e aprendeu as artes da guerra em território saxão (os saxões eram inimigos do povo de Arthur, os bretões).

Mordred voltou e se apresentou ao rei como filho de Morgana e foi feito cavaleiro da Távola Redonda por Lancelot, depois de desafiá-lo publicamente em uma festa de Pentecostes. Mordred também foi treinado para ser um Merlim da Bretanha em Avalon, e era como sacerdote que ele negara toda a religião cristã e se tornara o conselheiro de Arthur (que sabia que Mordred era seu filho).

Mordred se tornou herdeiro do reino depois da morte de Galahad (filho de Lancelot) na busca do Santo Graal. Contudo Mordred nunca assumiu esse trono. Ele morreu antes disso numa batalha, depois de comandar a derrocada do reino de Arthur revelando a todos o romance de Gwen e Lancelot.

Mordred tinha raiva de seus pais por o terem abandonado e queria muito se vingar do rei por questões pessoais e pela traição à Avalon. Existe uma versão que diz que Arthur e Mordred morreram lutando um contra o outro, e fala-se também que Lancelot matou Mordred e depois morreu guerreando contra Arthur. Todas essas versões enriquecem essa história maravilhosa!

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