"Aproveite e tire de seu "armário" aquelas pessoas negativas,tóxicas

e sem entusiasmo que tentam te arrastar para o fundo

dos seus próprios poços de tristezas, ressentimentos, mágoas e sofrimento.

A insegurança dessas pessoas faz com que busquem outras para lhes fazer companhia,

e lá vai você com elas... junte-se a pessoas ENTUSIASMADAS

que o apoiem em seus sonhos, projetos pessoais e profissionais. "

A Távola Redonda


Desde cedo, tanto Arthur quando Merlin perceberam que a jornada para atingir uma meta – a unificação da Bretanha – não seria nada fácil se Arthur não atraísse para si poderosos aliados. Não pessoas influentes, mas gente. Pessoas dispostas a fazê-lo. Para realizar não bastava apenas querer, é necessário fazer.

Aproveitando o presente de casamento da Távola Redonda por intermédio do rei Leodgranz – que era de seu pai, o rei Uther anteriormente – Arthur chamou os melhores cavaleiros de sua época para sentarem-se ao redor dela, que seria conhecida como a mais importante confraria de cavaleiros de todos os tempos, inspirando muitos outros ideais, inclusive os Templários. Note, que por ser redonda, não havia um lugar de destaque, uma cabeceira aonde alguém pudesse sentar-se e fazer-se diferente. Pois todos somos iguais, quem conota nossa importância somos nós mesmos, positiva ou negativa.

"Nada acontece em torno de você se não houver sua permissão de alguma forma, ainda que inconsciente."

Contudo, existia um lugar vago, o chamado assento do perigo, que viria mais tarde a ser ocupado pelo mais valoroso de todos os cavaleiros. Servia para lembrar a todos uma lição de humildade. O sucesso é a meta, mas a manutenção dele é a renovação de um compromisso. Que adiante sermos os melhores em uma área ou determinada função se não existir a competição, uma possibilidade de ser superado? Não haveria novas conquistas, novos limites, muito pelo contrário, viria a acomodação e o ostracismo. Devemos melhorar sempre, alcançar todos os limites e viver buscando uma forma de superá-los. Todos reunidos, sob a tutela de Arthur, juravam um a um, defender os mais fracos, auxiliar damas em perigo, em suma, os ideais de cavalaria como hoje conhecemos, graças muito a essas lendas. E eis que surge o primeiro dos testes: Merlin, de forma jocosa, indaga a validade de tais juramentos, os quais não faziam nem mesmo idéia do que se tratava.

Neste exato instante adentram o salão um cervo branco seguido logo após de um cão de caça, e mais atrás, de sessenta sabujos pretos. O cervo, em pânico causava um tremendo furor em torno da corte, quando eis que surge uma dama montada em um cabalo branco. Ela se queixa ao rei que aquele cão branco era dela, e que quem o levara não tinha o direito de fazer aquilo. Arthur, ainda perplexo pela multiplicidade de acontecimentos ao seu redor, não teve tempo sequer de responder. Um cavaleiro de armadura negra surgiu, e levou a dama consigo à força, enquanto os cavaleiros da Távola explodiram em gargalhadas, achando que aquilo era uma diversão programada.

Merlin, sempre ele, chama a atenção dos jovens para a gravidade da situação. Afinal de contas, o que estavam jurando há minutos atrás? Será que haviam esquecido tão rapidamente o que se comprometeram a fazer em benefício de toda a Bretanha? Ou o juramento também não passava de uma brincadeira?

Outro recado dado por Arthur a todos nós:

"Cuidado com o que você fala. Mais importante que ouvir o que os outros dizem, é ouvir primeiro a sua voz."

Quando determinamos novos projetos, novas metas, é comum comentarmos isso com alguém mais íntimo, com naturalidade. Todavia, conforme o tempo passa, muitas vezes somos obrigados a mudar nossos planos e mudar um pouco de curso, mas não de objetivo. Para alguém não ciente, dá-se a impressão que você não está indo a lugar nenhum. O mundo presta atenção no que você diz. Desejamos atingir uma meta e contando isso em palavras, ele vai te proporcionar as condições para tal. Mas, se você, por alguma razão mudou de opinião e necessita de outra coisa, mas não se fez ciente disso, o mundo – principalmente as pessoas mais próximas – continuarão a te ajudar naquilo que você já até esqueceu, ou seja, está perdendo preciosa ajuda que poderia te conduzir a um êxito mais rápido.

Ninguém tem obrigação de ler nas entre linhas do que dizemos. Se manifestarmos desejo de comer, mas não especificarmos que queremos comer determinada coisa, nos darão qualquer coisa para saciar nossa fome. E a culpa não será de quem te ouviu, afinal, o que você falou?

"Aprenda a se expressar. Uma boa comunicação faz milagres"

Então, no meio de toda aquela festa, Arthur e os demais faziam votos e juras para toda a Bretanha... ou faziam para seus próprios egos? Merlin neste caso chama a atenção para quem juraram defender, o povo do lado de fora do castelo, que olha para dentro de suas muralhas e os encara como predestinados a triunfar, não somente por cada um deles, mas em glória de toda uma nação. São várias mentes, conceitos completamente distintos os quais juraram defender, e cada um deve ser respeitado, ainda que não compreendido pelos cavaleiros. Foi o primeiro de muitos testes assim. A cada um deles, com sucesso ou fracasso, cada cavaleiro tinha uma lição a prender.

Por ajuda de Merlin no assunto, Arthur encaminhou Sir Pellinor para ir em busca da dama e do seu raptor; Sir Tor, seu filho, iria em busca do cão de caça branco, enquanto Sir Gawain, sobrinho do rei iria atrás do cervo branco. Ao fazê-lo, complementou Merlin:

"Esses três cavaleiros receberão importantes lições de vida antes de seu retorno, e a experiência que irão adquirir fará deles os mais sábios."

Sir Gawain, que começava sua busca, encontrou na estrada da floresta dois homens que guerreavam entre si. Interpôs-se entre eles rapidamente querendo saber o motivo da briga. Eles lhe responderam que sabiam da ordem de Arthur da captura do cervo branco, e quando este passara por eles, ambos decidiram ir em seu percalço; todavia, estavam se duelando para saberem quem dentre eles era o mais corajoso para fazê-lo. Gawain ordenou que ambos parassem com aquilo e apresentassem suas armas imediatamente ao rei Arthur. Os dois, exaustos, não tinham como protestarem e fizeram o que lhes foi ordenado.

Gawain atravessou o rio e avançando pela floresta, chegou nas proximidades de um castelo, guiando-se pelo latido dos cachorros que perseguiam o cervo. Ao entrar no castelo, deparou-se com os cachorros mortos, e o dono do castelo lamentando-se pelos ferimentos do cervo branco. De imediato, saltou sobre Gawain ao vê-lo, pensando que tratava-se do caçador. Iniciou-se uma batalha feroz, onde os ferimentos abriram-se rapidamente e tão logo pôde, Gawain acertou um golpe preciso no cavaleiro, fazendo-o clamar por misericórdia. Mas não estava disposto a dar-lhe clemência, uma vez que fora atacado sem motivo. O senhor do castelo clamou mais uma vez, alegando que estava caído. Uma vez mais Gawain não lhe deu ouvidos. Preparou o golpe final quando a senhora do castelo interveio, entrepondo-se entre eles. Mas Gawain não teve como retardar o golpe, e a cabeça da senhora rolou no pátio do castelo.

Horrorizado, o jovem cavaleiro foi tomado pelo sentimento da culpa e vergonha pelo seu ato; sua honra de cavaleiro havia sido maculada. Quatro homens armados apareceram e teriam matado-o ali mesmo, se não fosse a intervenção da filha do senhor do castelo, que pediu por ele. Gawain se identificou, e a jovem voltou mais tarde com a determinação de seu pai. Poderia levar a cabeça do cervo, já que para isso fora enviado. Não o poderia prender ali, pois eram fiéis ao rei. Mas, como punição, levaria o corpo da senhora consigo em seu cavalo, e a cabeça ao pescoço, obrigado a contar sua aventura em detalhes ao rei.

Arthur, enfurecido, ordenou-o que jurasse que jamais negaria misericórdia novamente, e que defenderia sempre as donzelas até o último de seus dias. Envergonhado, Gawain obedeceu. Sir Tor fora incumbido de trazer o cão branco de volta, e estava cruzando uma floresta quando um anão saltou à sua frente. Enfurecido, disse ao cavaleiro que não poderia passar. Nisso, saíram de duas tendas dois cavaleiros que, percebendo a aproximação de Sir Tor, montaram em seus cavalos e investiram contra ele. Um a um os cavaleiros foram derrotados, e não tendo porque matá-los, enviou os dois à corte do rei Arthur. O anão agora, estava arrependido de ter servido a amos tão covardes e colocou seus préstimos a serviço do cavaleiro.

Sir Tor concordou prontamente e cavalgaram durante algum tempo através do bosque, saindo em frente a um mosteiro que empunhava dois pavilhões: no alto de um deles havia um escudo branco e no outro um escudo vermelho. Sir Tor desmontou e prosseguiu sozinho a pé. Olhou dentro do pavilhão branco e encontrou três donzelas dormindo. Então dirigiu-se ao pavilhão vermelho, onde encontrou uma única donzela e o cachorro branco. Fez menção de pegá-lo, mas este acordou e começou a latir, acordando a jovem e suas três companheiras que vieram em sua direção para impedi-lo. Rapidamente informou a jovem quem era e qual o motivo de sua missão, disposto a enfrentar as consequências de seus atos.

Já estava se afastando do local quando ouviu uma voz gritando atrás de si para que devolvesse o cachorro. Imediatamente, Sir Tor empunhou a lança e o escudo, e foi de encontro ao adversário. Acabaram-se colidindo com tamanha força que ambos foram ao chão, sem fôlego. Espadas fora das bainhas, ataques ferozes e dignos de dois bravos cavaleiros; os escudos partiram-se, os elmos arremessados longe e suas armaduras estilhaçadas. O sangue corria em ambas as faces, porém Sir Tor começava a exercer uma vantagem sobre o adversário que já demonstrava sinais de exaustão. Foi nesse ínterim, que com um golpe certeiro forçou o bravo oponente a cair de joelhos.

No exato instante em que iria oferecer misericórdia, eis que uma jovem dama aproximou-se de Sir Tor e pediu que matasse o cavaleiro; que havia matado o seu irmão, mesmo este tendo implorado misericórdia. Diante desta situação, Sir Tor não teve dúvidas em matá-lo. A dama e seu marido mostram-lhe hospitalidade e no dia seguinte o cavaleiro pôs-se em direção à corte do rei Arthur. Levou a cabeça do cavaleiro sem honra como prova da missão, além do cachorro branco. Por sua bravura, foi recompensado com um condado. Finalmente, Sir Pellinor partira em busca da jovem raptada pelo cavaleiro negro, e em seu caminhou notou, perto de um poço uma donzela loira que cuidava de um cavaleiro ferido. Ao avistá-lo, a donzela clamou por ajuda. Sir Pellinor porém, estava apressado em demasia para ajudá-la e não parou. Momentos depois, o cavaleiro ferido morreu, e a donzela, incapaz de suportar tamanha dor, tomou sua espada e se matou.

Enquanto isso, o cavaleiro que não sabia do ocorrido avistou, não muito distante de si a dama que procurava. Próximo a ela, dois cavaleiros lutando com espadas. Sir Pellinor os indagou o motivo da luta, e ouvindo suas razões; um era primo da dama e viera em seu socorro. O outro, alegava que havia conquistado a donzela num combate justo na corte do rei Arthur – o que era mentira, pois Pellinor vinha exatamente de lá. Quando manifestou a idéia de conduzir a dama até a corte desafiando quem se opusesse ao fato, uma surpresa: ambos o cavaleiros se lançaram contra ele. O golpe acertou em cheio o seu cavalo, derrubando-o. Mas Sir Pellinor recuperou-se rapidamente, furioso com a morte do animal. Sua espada girou com tanta violência que partiu a cabeça do cavaleiro negro em duas. Diante de tal demonstração, o outro cavaleiro concordou plenamente que sua prima retornasse à corte do rei Arthur sob os seus cuidados. Pellinor montou no cavalo do oponente morto e regressou a Camelot acompanhado da dama.

No caminho de volta, o cavaleiro passou pelo poço onde jaziam a donzela e o cavaleiro ferido; tomado pela dor, ele arrependeu-se de não haver parado para ajudá-la. A dama que o acompanhava aconselhou-o então a levar sua cabeça para o rei Arthur. Ao narrar sua história na corte, de cabeça baixa e consternado por não haver ajudado a donzela, Merlin lhe disse:

Sim, Pellinor, lamentarás tua pressa até o fim da tua vida. Aquela donzela era tua própria filha querida, Elaine. O cavaleiro ferido era seu noivo, também um bom e honesto cavaleiro. Estava a caminho da corte para servir ao rei Arthur quando foi atacado por um cavaleiro falso e covarde. Elaine, atormentada pela perda, matou-se com a espada de seu amado. Tudo isso aconteceu porque não quiseste parar para auxiliá-la. Um dia, verás teu melhor amigo, aquele em quem mais confias acima de todos os outros falhar contigo quando também estiveres em tua hora de maior necessidade. Que esta seja tua punição.

E assim ocorreu, em um futuro turbulento; quando Sir Pellinor estava às portas da morte e Sir Gawain, seu melhor amigo ignorou-o por completo. Uma aventura, três caminhos diferentes e três resultados. Sir Gawain prendeu sua lição de humildade e sabedoria; Sir Pellinor, a prestar atenção aos detalhes, e não ir de encontro cego à um objetivo. Apenas Sir Tor, com seu julgamento preciso e senso de cavalaria atingiu a um resultado satisfatório.

Embora fosse possível várias análises sobre este assunto, prefiro deixar este conto à sua imaginação, leitor. Leia-o varias vezes, e verá a cada leitura uma mensagem nova, escondida não entre as palavras, mas no nosso próprio subconsciente.

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Outras informações sobre...


A Távola Redonda nada mais era do que uma mesa redonda que Arthur ganhou do pai de Guinevere em seu casamento (Aliás, Arthur se casou com Guinevere por causa de um dote de 100 cavalos de guerra pesados e 100 soldados cavaleiros).

Após isso, com a criação de Camelot, Arthur mandou construir um salão enorme para colocar essa mesa, de modo que todos os cavaleiros pudessem se reunir, não havendo lugares mais importantes entre eles, visto que, na mesa não haviam quebras e por isso simbolicamente todos os presentes eram iguais.

Os "Cavaleiros da Távola Redonda" eram todos os homens que eram feitos cavaleiros por Arthur ou os que eram formados fora do reino e que tenham sido absorvidos por Arthur como sendo de confiança (Lancelot, Gawaine e outros). A história fala de 12 cavaleiros, mas isso não deve ser uma regra.

www.eusouluz.iet.pro.br

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